quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

REVERB (FIN/BRA)

 


Por Diego Ferreira*

 

Paisagem

Corpos a margem abandonada

Preto

Branco

Preto

Trapiche

Imagem bucólica

Águas

Frio

Lá fora a neve

Contraste

Contraste da neve e o negro dos corpos

Preto e branco

Cabelos

Verde

 

Há muita simbologia neste REVERB, no rio que passa e não volta e nos corpos que correm e voltam. Existe muito afeto na relação destes corpos com o espaço e isso é muito forte e representativo. Corpos negros dançando na neve é muito representativo. É político. Dialoga com a performance anterior de “Corpos Ditos” com a idéia do passaporte  e das pessoas em mover-se. É importante se mover.  A vídeo-performance utiliza uma estética sem cor e isso reflete justamente na cor. Os corpos tem cor. O espaço tem cor. É o corpo negro se deslocando num espaço branco repleto de neve. Percebe as múltiplas possibilidades que uma única obra pode possibilitar? E isso é fantástico. “Reverb” é tão poético e belo. Ancestral e simbólico. Quando assisto a performance me permito a senti-la ao invés de tentar encontrar justificativas racionais que venham a dar conta de efêmero que acontece ali.  O rio passa, mas os corpos permanecem. E permanecem dançando, o que de fato é um ato político. Reverb fez o encerramento da mostra Cura de forma grande. Uma performance que me provocou e deixou na minha memória uma série de caminhos a trilhar no campo das artes.

 

 

Direção:Ana Paula Mathias

Coreografía:Mario Lopes e Malu Avelar

Trilha Sonora: Erica Navarro

Gravação e Mixagem:Adonias Souza Júnior

Gravação e Mixagem:Adonias Souza Júnior

Desenho Sonoro:Ruben Valdes

Intérpretes: Mario Lopes e Malu Avelar

Formato de realização: Videodança

Duração:60 minutos

Duração:10 minutos

Classificação:Livre

 

                                                                                                                                                                           

*Diego Ferreira é Graduado em Teatro/UERGS. Escreve críticas no blog Olhares da Cena. Integrante da GIRADRAMATÚRGICA – Grupo de Estudos em Dramaturgia Negra. Integrante do Grupo de Estudos em Dramaturgia de Porto Alegre coordenado por Diones Camargo. Foi jurado no Prêmio Olhares da Cena. Foi jurado do Prêmio Açorianos de Teatro em 2013 e 2018. Professor de Teatro na Unisinos e Unilasalle.