VOÔ POÉTICO E SENSORIAL SOBRE O FEMININO
por Diego Ferreira*
Amarras vem do verbo amarrar. O mesmo que:Atar, ligar, prender, segurar com amarra, corda, barbante. "Das amarras dela" enfoca o corpo feminino na dança através de um voô poético e sensorial através da dança aérea.
O espetáculo tem uma atmosfera magnetizante pois além de colocar no centro da cena o corpo feminino nos induz a questionar sobre o corpo como elemento que constitui o circo e a dança, e sobre sua relação com o desempenho do artista dentro da concepção do espetáculo.
Como espectador penso que para obter os resultados, precisa de perseverança, ritmo, força, coragem, alegria, coordenação, auto-imagem, auto-disciplina, auto-confiança e segurança; e resulta ainda mais complexa, pensado que estas são apenas algumas das qualidades que se relacionam com processos de cada indivíduo, e depois com os processos coletivos.
No palco os bailarinos nos entregam mais do que um corpo físico, pois através das suas amarradas coreografias nos apresentam o corpo simbólico, o corpo mental, o corpo político, o corpo histórico; e isso me leva a considerar o corpo que realiza atividade circense como um “corpo em estado de presença” o qual desenvolve uma prática não identificável com as outras artes, apesar de ter relação com todas: com teatro por toda a concepção do espetáculo e da cena, com a dança pelo caráter corporal e o movimento que permeia o espetáculo circense, com a música pelo ritmo que a constitui a base de todas as técnicas circenses, com as artes plásticas pelo conteúdo e pela construção de imagens e emoções.
O espetáculo é uma suspensão poética, que retira o espectador do seu cotidiano para nos colocar literalmente nas alturas, buscando sempre superar limites dos corpos dos interpretes.
Saí do teatro extremamente extasiado com a proposta do Circo Híbrido de construir um espetáculo que consegue traçar uma metáfora inteligente sobre o feminino presente na cena contemporânea.
Ficha técnica:
Concepção, Direção e Orientação Coreográfica: Tainá Borges e Lara Rocho;
Elenco: Tainá Borges, Lara Rocho, Maílson Fantinel, Simone Balestro, Liss Larissa Andrade, Livia Iglin, Raquel Braun, Mariana Kich e Agatha Andriola;
Iluminação: Mirco Zanini
Operação de som: Vado Vergara
Cenografia e Montagens: Luís Cocolichio
Figurinos: Clarissa Marchetti
Produção e divulgação: Circo Híbrido
Registro de Imagens: Sal Fotografia
Design Gráfico: Mônica Kern
Concepção, Direção e Orientação Coreográfica: Tainá Borges e Lara Rocho;
Elenco: Tainá Borges, Lara Rocho, Maílson Fantinel, Simone Balestro, Liss Larissa Andrade, Livia Iglin, Raquel Braun, Mariana Kich e Agatha Andriola;
Iluminação: Mirco Zanini
Operação de som: Vado Vergara
Cenografia e Montagens: Luís Cocolichio
Figurinos: Clarissa Marchetti
Produção e divulgação: Circo Híbrido
Registro de Imagens: Sal Fotografia
Design Gráfico: Mônica Kern
*Diego Ferreira é Graduado em Teatro/UERGS. Escreve comentários críticos no blog Olhares da Cena. É integrante do Grupo de Estudos em Dramaturgia de Porto Alegre coordenado por Diones Camargo. É jurado no Prêmio Olhares da Cena. Foi jurado do Prêmio Açorianos de Teatro em 2013 e 2018. Professor de Teatro na Unisinos e Unilasalle.