O espetáculo "Cárcere" coloca em cena um solo de Vinícius Piedade para tratar de temas como a liberdade ou a ausência dela. Com texto de Piedade e Saulo Ribeiro a dramaturgia do espetáculo narra uma semana na vida de um pianista preso que entre narrativas e delírios traz a tona suas lembranças, anseios e reflexões através de um diário onde ele imprime tudo isso. O trabalho de Piedade é extremamente essencial, pois parte de um trabalho atoral e a partir disso consegue grande comunicação com o espectador.
Falar de sistema carcerário, prisão e tentar entender o que o preso fez para chegar aquela situação geralmente pode levar a construção de narrativas pesadas, densas e percorrer outros caminhos, mas o solo "Cárcere" parte da mesma premissa mas vai para outros lugares, pois trata de tais assuntos com uma leveza e consegue divertir o espectador, graças ao texto que foge de clichês e até mesmo de julgamentos e também por causa do ator que tem total domínio do seu instrumento de trabalho, seu corpo/voz. Seu trabalho é construído através de micropartituras físicas e vocais que revela sua capacidade de se colocar no palco sem nenhum artificio de figurino ou cenários e sustentar um trabalho longo sem ser cansativo. E isso se deve também a capacidade de comunicação com o espectador que participa ativamente, seja dialogando com seu interlocutor, ou até mesmo iluminando boa parte da cena, através da utilização de uma lanterna, literalmente iedade está nas mães da platéia, ou a platéia em suas mãos.
Todos os méritos da produção está no modo em que Piedade se coloca diante do espectador, como uma folha em branco, como seu personagem "Ovo" cita: "a liberdade é uma folha em branco". O "Cárcere" é uma alternativa dentro deste universo de clausura, usa folhas em branco e uma lanterna, estabelece uma reflexão sem apontar o dedo em riste para ninguem, mas investe em suas próprias realidades. Vinicius Piedade está nada menos que excelente neste espetáculo, que é maduro em todos os sentidos. Um teatro minimalista que alcança grande resultado.
FICHA TÉCNICA
Direção, iluminação e atuação:
Vinícius Piedade
Texto:
Saulo Ribeiro e Vinícius Piedade
Trilha Sonora:
Manuel Pessôa
Concepção visual:
Márcio Baptista
Figurino:
Cynthia Guedes
Fotos:
Joffre Oliveira
*Diego Ferreira é Graduado em Teatro/UERGS. Escreve comentários críticos no blog Olhares da Cena. É integrante do Grupo de Estudos em Dramaturgia de Porto Alegre coordenado por Diones Camargo. É jurado no Prêmio Olhares da Cena. Foi jurado do Prêmio Açorianos de Teatro em 2013 e 2018. Professor de Teatro na Unisinos e Unilasalle.
Falar de sistema carcerário, prisão e tentar entender o que o preso fez para chegar aquela situação geralmente pode levar a construção de narrativas pesadas, densas e percorrer outros caminhos, mas o solo "Cárcere" parte da mesma premissa mas vai para outros lugares, pois trata de tais assuntos com uma leveza e consegue divertir o espectador, graças ao texto que foge de clichês e até mesmo de julgamentos e também por causa do ator que tem total domínio do seu instrumento de trabalho, seu corpo/voz. Seu trabalho é construído através de micropartituras físicas e vocais que revela sua capacidade de se colocar no palco sem nenhum artificio de figurino ou cenários e sustentar um trabalho longo sem ser cansativo. E isso se deve também a capacidade de comunicação com o espectador que participa ativamente, seja dialogando com seu interlocutor, ou até mesmo iluminando boa parte da cena, através da utilização de uma lanterna, literalmente iedade está nas mães da platéia, ou a platéia em suas mãos.
Todos os méritos da produção está no modo em que Piedade se coloca diante do espectador, como uma folha em branco, como seu personagem "Ovo" cita: "a liberdade é uma folha em branco". O "Cárcere" é uma alternativa dentro deste universo de clausura, usa folhas em branco e uma lanterna, estabelece uma reflexão sem apontar o dedo em riste para ninguem, mas investe em suas próprias realidades. Vinicius Piedade está nada menos que excelente neste espetáculo, que é maduro em todos os sentidos. Um teatro minimalista que alcança grande resultado.
FICHA TÉCNICA
Direção, iluminação e atuação:
Vinícius Piedade
Texto:
Saulo Ribeiro e Vinícius Piedade
Trilha Sonora:
Manuel Pessôa
Concepção visual:
Márcio Baptista
Figurino:
Cynthia Guedes
Fotos:
Joffre Oliveira
*Diego Ferreira é Graduado em Teatro/UERGS. Escreve comentários críticos no blog Olhares da Cena. É integrante do Grupo de Estudos em Dramaturgia de Porto Alegre coordenado por Diones Camargo. É jurado no Prêmio Olhares da Cena. Foi jurado do Prêmio Açorianos de Teatro em 2013 e 2018. Professor de Teatro na Unisinos e Unilasalle.