O IMAGINÁRIO DA LOUCURA EM CLASSE CORDIAL
Por Diego Ferreira - Especial MOSTRA
UMBU DAS ARTES*
"Classe Cordial" é um projeto hibrido que
mistura teatro, vídeo e performance. O projeto faz uma abordagem sobre
exclusão, loucura e reformas antimaniconiais que se projeta no tempo/espaço
através do poético e performático numa perspectiva do imaginário social,
mobilizando questões que através do texto e poesia da dramaturgia de Thiago
Silva e da presença da Deborah Finocchiaro multiplica essas vozes que falam de
opressão, de encarceramento, exclusão, e de privações de direitos
humanos. Um corpo no espaço. Uma atriz. Uma tela. Uma janela. Um corpo no
espaço que provoca tensões através do silenciamento. Um corpo no espaço
habitado por vozes, palavras e sons. Som e presença. Som e poesia. Poesia
sonora primorosa de Ângelo Primon que preenche as arestas e cava espaços nessa
narrativa de clausura. A dramaturgia de Thiago Silva ganha vida através de uma
leitura visceral realizada pela Deborah Finocchiaro, as palavras de Thiago
ganham peso e sentido através desse experimento dirigido pelo jovem e
experiente Jardel Rocha que nesse trabalho transborda criatividade e o que
vemos é uma segurança criativa e inventiva num terreno que talvez não seja o
dele que é essa arte digital que dialoga com a performance, o teatro, o cinema,
mas que ele triunfa. O texto é poético, político, é denuncia, é história, é
dramaturgia necessária justamente nesse tempo de clausura que vivemos. Um texto
profundo e aprofundado que traz a luz temas que muitas vezes as pessoas querem
esquecer.
Taí mais um projeto pandêmico que consegue se
sobressair no meio de tantos projetos que não conseguiram se adaptar a essa
nova realidade do fazer artístico. Uma parceria de sucesso entre as duas
companhias Nômade: Teatro e Pesquisa Cênica e Companhia de Solos & Bem
Acompanhados
FICHA TÉCNICA
Ideia Original e Dramaturgia: Thiago Silva Concepção de Encenação e Direção:
Jardel Rocha Atuação: Deborah Finocchiaro Trilha Sonora Original: Angelo Primon
Iluminação: Everton Wilbert Vieira Figurinos: Deborah Finocchiaro e Jardel
Rocha Chapéu : Rosina Duarte Assessoria de pesquisa: Gabriela Touguinha
Tradução para libras: Celina Nair Xavier Neta Edição e finalização: Jardel
Rocha Produção do projeto: Jardel Rocha Assessoria de imprensa: Bebê Baumgarten
Parceria cultural: Nômade: Teatro e Pesquisa Cênica e Companhia de Solos &
Bem Acompanhados Apoio: Fundação Ecarta, FM Cultura - 107.7 e Rádio Univates FM
95.1 Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das
Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc n° 14.017/20.
*Diego Ferreira é
Dramaturgo, Diretor, Professor e Crítico Teatral. Graduado em Teatro
UERGS/2009. Estudou Letras na FAPA/2002.
Coordena o Núcleo de Dramaturgia do Espaço do Ator. Editor do blog
Olhares da Cena. Professor do Espaço do Ator e da extensão na UNISINOS.
Produziu “Três tempos para a dramaturgia negra no RS” contemplado no edital
Diversidade nas Culturas da Fundação Marcopolo. Foi indicado no Prêmio
Açorianos 2021 em 3 categorias: Olhares da Cena na categoria Ação Formativa e o
projeto "Três tempos para a dramaturgia negra no RS" nas categorias
Ação Formativa e Ação Periférica.